Kawasaki Ninja ZX-14 fotos, detalhes, especificações, preço

Kawasaki Ninja ZX-14 2011



a Kawasaki ZX-14 desembarcou no Brasil em julho passado. Nesta sua última versão, lançada no exterior em 2008, o modelo recebeu melhorias em sua ciclística e mais potência em seu motor de quatro cilindros em linha de 1.352 cm³ de capacidade. Os ajustes no chassi em alumínio e na geometria da motocicleta garantiram estabilidade (mais que necessária) nas retas e maneabilidade para contornar curvas com facilidade, apesar do porte avantajado.
"DOIS MOTORES"
De início, o acelerador da Kawasaki ZX-14 pede cautela. Mas impressionantemente os mais de 200 cavalos do motor começam a “galopar” de forma suave, sem grandes sustos. Graças ao sistema de injeção eletrônica, que comanda os corpos de acelerador Mikuni de 44 mm e também as válvulas de aceleração secundárias, o funcionamento do propulsor de quatro cilindros, 16 válvulas e comando duplo no cabeçote é bastante linear.

Projetado para ser amigável em baixas rotações e bestial em altos giros, o motor oferece tanto torque (15,7 kgfm a 7.500 rpm) que parece ser possível arrancar em qualquer marcha. Mas a sua personalidade dócil acaba aos 6.000 giros. A partir daí, a usina de força de 203 cavalos de potência máxima entra em ação e as árvores e a sinalização da pista do Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (no interior de São Paulo) transformam-se em simples borrões.

A personalidade mais esportiva da fábrica japonesa aparece em sua melhor forma nesta ZX-14. O motor cresce de giros e parece não ter fim, demonstrando fôlego até 10.000 rpm. Infelizmente, a pista acaba.

FICHA TÉCNICA: Kawasaki Ninja ZX-14

Motor:1.352 cm³, quatro cilindros em linha, 16 válvulas, DOHC, refrigeração líquida.
Potência Máxima:203 cv a 9.500 rpm.
Torque Máximo:15,7 kgfm a 7.500 rpm.
Diâmetro e curso:84,0 x 61,0 mm.
Taxa de Compressão: 12:1.
Alimentação:Injeção eletrônica.
Partida elétrica.
Câmbio:Seis marchas, com embreagem multidisco em banho de óleo e transmissão final por corrente.
Suspensão:Dianteira por garfo telescópico invertido com 117 mm de curso e totalmente ajustável; traseira por balança monoamortecida com amortecedor a gás e 122 mm de curso.
Freios:Dianteiro a disco duplo de 310 mm em forma de pétala, pinça dupla de fixação radial com quatro pistões opostos (ABS); Traseiro a disco simples de 250 mm em forma de pétala, pinça com dois pistões opostos.
Pneus:Dianteiro 120/70ZR17M/C (58W); traseiro 190/50ZR17M/C (73W).
Chassi:Perimetral em alumínio.
Dimensões:2.170 mm x 760 mm x 1.170 mm (CxLxA); 1.460 mm (entre-eixos); 800 mm (altura do assento); 125 mm (distância do solo)
Tanque:22 litros.
Peso:261 kg.
CICLÍSTICA
A curta reta da pista não é suficiente para chegar perto do que seria a velocidade máxima da Kawasaki ZX-14. Pois, apesar de marcar 280 km/h, pode-se prever mais de 300 km/h. Entretanto, a pista foi o ambiente ideal para testar as melhorias ciclísticas dessa sport touring.
A começar pelos freios. Na dianteira, dois discos em forma de pétala com 310 mm de diâmetro e pinças de fixação radial com quatro pistões. Na traseira, um disco simples de 250 mm com pinça de dois pistões. E a Kawasaki do Brasil acertadamente optou por importar apenas a versão com freios ABS, o que ajuda a garantir frenagens mais seguras. Ao final da reta, era só apertar os freios com vontade para que a Ninja de 1400 cm³ parasse, sem demonstrar instabilidade.

O quadro perimetral em alumínio também foi redesenhado para oferecer a rigidez necessária a uma moto com tamanha potência. Amarrado a um garfo telescópico invertido (upside-down), na dianteira; e a uma balança traseira monoamortecida, na traseira; resulta em um conjunto bastante equilibrado. Em curvas de alta a ZX-14 é extremamente estável e transmite confiança para girar o acelerador mesmo com a moto inclinada.

Com um ângulo de cáster de 23° e uma distância entre-eixos de 1.460 mm, a Ninja ZX-14 demonstra certa agilidade em curvas fechadas, levando-se em conta seu “corpinho” avantajado.

CONFORTO
Se por um lado o porte da Kawasaki ZX-14 impressiona, por outro traz alguns benefícios para o piloto. A começar pelo generoso banco e sua ergonomia -- melhor que muitas outras superesportivas compactas da atualidade. No generoso espaço, o motociclista esconde-se facilmente atrás da enorme carenagem. Equipada com quatro faróis, a Ninja também mostra sua vocação para o turismo. Boa proteção aerodinâmica, iluminação e conforto, além de um tanque de 22 litros.

Instalado, o piloto tem a sua frente dois mostradores analógicos com a velocidade e giros do motor. Conta ainda com uma pequena tela de cristal líquido com as informações de praxe: hodômetros total e parciais, nível de combustível, relógio e um útil indicador de marcha engatada.

MERCADO
Não é preciso pensar muito para saber que a principal concorrente da Kawasaki Ninja ZX-14 é a Suzuki Hayabusa GSX 1300R. Ambas têm motores potentes (197 cv na Hayabusa, 203 cv na ZX-14), porte avantajado e dupla personalidade: apostam em esportividade, sem deixar de lado a proposta touring. Cada uma tem suas qualidades, enquanto a Suzuki traz seletor eletrônico do modo de pilotagem para domar seu motor, a Kawa traz freios ABS.

Disponível em versão única no país, na cor preta, a Kawasaki Ninja ZX-14 tem preço sugerido de R$ 61.990, sem frete e seguro. Já a Suzuki Hayabusa é vendida em quatro opções de cores e sai por R$ 56.000, também sem frete e seguro. (por Arthur Caldeira)